Emilia 3.2, Um pouco de mim.

by - domingo, dezembro 01, 2013

Confesso que pensei muito, muito mesmo antes de escrever esta nova postagem e que depois de feita ainda pensei muito antes de publicá-la. Não sabia se a levaria ao ar ou não.

E isso aconteceu por diversos motivos. 

Não gosto muito de expor o que sinto, não gostos muito de me fazer transparente, prefiro fazer com as pessoas percebam quem Eu sou, ou que gosto e não de dizer como sou a elas, isso me parece um tipo de auto promoção que não me agrada muito. 

Porém, como poucas vezes me aconteceu tive uma vontade louca de falar, de gritar, de me despir aqui, no lugar que já vejo como meu refugio, meu cantinho.


Assim, decidir fazê-lo, claro que muitas vezes isso acontece nas entrelinhas de algumas postagens minhas, mas isto é bem intencionalmente discreto, ficando nítido  apenas, àqueles que me conhecem mais intimamente, e sinceramente, isso já me realiza o suficiente.

Por outro lado, descobri por algumas amigas/leitoras que por conta disto, quem não conhecia o que escrevo passou a ter a curiosidade de conhecer, e isto não foi uma ideia proposital, simplesmente aconteceu, e também gostei desse resultado.

Com a aproximação de meu aniversario, tive a ideia de uma exposição de minha vida, mas daí pensei: "Ninguém é obrigado a ficar lendo detalhes da vida de outra pessoa, isso é um saco, nem eu iria gostar rsrs". Então resolvi falar sobre as melhores e menos boas, coisas que vivi e que me fizeram aprender muito ao longo dos meus agora 32 aninhos, (ficando claro que 32 aninhos, com cabeça de 40 e rostinhos de 25 tá rsrs). Assim, espero que gostem.

Vamos às tagarelices??

Fui criada para ser uma menina quieta, calma, para ouvir mais e falar menos, hoje vejo que para minha infância isso foi muito bom, e principalmente importante, a principio, meu momento de inercia foi necessário, me auxiliou muito para transformar em quem sou, comparando o que ganhei trabalhando minha observação.

Com o tempo a menina continuou calma, mas não tão quieta como pensavam ou como queriam, até porque a fase infantil já era e havia chegado a fase adolescente, e nela fiquei meio rebelde, só que minha rebeldia ainda me mandava ouvir mais do que falar.

Minha obrigação de observar, tornou-se mania, e esta só fez aumentar. Com ela veio a consciência de refletir sobre aquilo que via, ouvia e vivia dia pós dia, também me obrigando a aprender com tudo aquilo, então foi exatamente naquele momento que comecei a firmar minha personalidade, e desde então, ela não se modificou, disto eu tenho um agradável orgulho. Nem o tempo, nem a interferência de pessoas em minha vida, e muito menos o meio em que passei a conviver, puderam modifica-la. Coisa boa? Sim. Mas também complicada. É difícil está perto de que não se conhece ou não se respeita...

Lembro que naquele período de minha vida a melhor coisa foi consegui, como adolescentes, me perceber. Me vi e me aceitei mulher, com um corpo em formação e cabeça há muito já feita. Sabia bem o que e quem queria para minha vida ou perto de mim, também já identificava o que e quem me fazia mal. Dessa maneira, afastava de mim tais pessoas ou situações que me faziam mal para léguas de distancia. Me fiz então grande, definitivamente Mulher, um ser totalmente pensante e muito critica, principalmente de mim, e por tabela, critica do outro.


Fui critica sendo filha obediente, mas questionadora ao extremo; 

Depois como profissional que sempre amou o que escolheu para fazer da vida, tendo esta, com certeza, como uma das minhas melhores, senão a mais bem acertada escolha, ao ponto de me fazer pensar que quero muito ser mãe, mas caso isso não aconteça (coisa que já estou quase deixando para uma próxima encarnação rsrs), ser professora já me preenche este espaço, pelo menos em alguns aspectos.

Quando me vi adulta fui muito severa com os erros daqueles com quem me envolvi. Cobrei-os demais e sofri muito com isso por idealizá-los perfeitos, mas queria perfeição do outro, se nem eu era tão perfeita assim? Tolice a minha. E acreditem, fiquei neste erro, nesta tentativa de encontrar a perfeição tempo suficiente pra perder tempos preciosos. Até que consegui não idealizar mais nada ou ninguém, só que junto com essa falta de idealização e de certa magia com alguns sentimentos e com algumas pessoas, muita coisa também perdeu para mim o brilho, o sabor, a graça e eu me perdi de mim ao ponto de esquecer-me por completo. Não me cuidando mais e não me amando também vesti uma máscara. Eu não era mais Eu.

Não fiquei amargar ou seca, porque isso eu nunca consegui, mas confesso, fiquei meio vazia, fria, totalmente automática sem qualquer sinal de quem eu era antes, da doçura que tinha.


Passei a me enganar fazendo-me de cheia, ou seja, me transformei numa caricatura de mim, e pior que tudo isso aconteceu por dentro, sem que ninguém percebesse nada que acontecia, alguém naqueles dias mais difíceis ainda dizia: "Mila você não está bem. O que houve? Quer conversar?", mas nem externar o que estava me acontecendo eu conseguia. Porém, essa perca foi necessária  eu precisava me perder, fechar os olhos, tapar os ouvidos e lacrar a boca, por um tempo para me libertar definitivamente depois. Contudo, nunca me perdi de meus pensamentos, era neles que tinha o fio que me traria de volta a mim no momento certo. E foi exatamente assim que aconteceu. Estranho né? Mas real...

Daí, voltei... A Emilia que estava se formando a muito tempo em minha mente, se fez mulher de carne, osso e atitudes, atitudes essas que a muitos surpreenderam e escandalizaram, e que para muitos foi motivos de infindáveis conversar buscando motivos para atitudes que apenas eu conhecia. Emilia tomou de fato as rédias de sua vida, virou uma mulher que a cada dia me orgulho mais de ser, principalmente por ser e me sentir livre e independe de qualquer amarra, por ter certeza de coisas sobre mim que muita gente apenas deduz, num jogo talvez de ver quem é o mais esperto. Pode parecer auto estima demais, mas hoje eu "me acho" rsrsrs. 

Hoje meus medos ainda me acompanham? Sim, só que bem controlados, e nem todos. Mantenho, apenas os que me impulsionam a caminhar com mais determinação. Antes eles me bloqueavam, hoje me dão combustível, e o melhor medo que perdi, foi justamente o medo de perder (mas isto devo a um grande amigo que me orientou a não ter medo de perder, pois assim eu sempre perderei mais), a vida me confirmou isto, pois quando tive que me separar de uma pessoa tão importante e consegui viver longe dela, descobri que conseguiria viver longe de qualquer outra, então por que aceitar tudo das pessoas, até quando me magoam, se posso sim, viver sem sua presença, desconstrutiva em minha vida? Se eu sempre partir do princípio de dar ao outro o que recebo dele? No minimo seria burrice minha.

No meu recomeço, limpei meus armários, para que comportasse novas roupas e novos acessórios, aqueles que ascendessem ainda mais, a Emilia que sou hoje, isto foi o melhor favor que poderia ter feito a mim. Pois, me reencontrei, olhei no espelho e voltei a me ver novamente era a antiga Emilia, como nova roupagem... Um espetáculo de gente!!! E houve quem dissesse que de mulher também(mas vejo isto como consequência do que estava acontecendo por dentro).


Uma das melhores coisas que consegui aprender com tudo que me aconteceu foi que hoje, eu consigo amar as pessoas primeiro por seus defeitos e depois por suas qualidades, e se, seus defeitos forem maior que suas qualidades, ainda as amo, mas mantenho uma distância confortável delas, assim não as machuco, e sem falsa modesta, também não me machuco.

Outra coisa que aprendi a conviver foi com meus defeitos, e olhe que são muitos, grandes e pesados viu, pois pensem comigo. Se eu consigo amar as pessoas com seus defeitos, elas devem no minimo consegui conviver com os meus. Concordam rsrsrs?


E enfim como dizia minha vô, "nada nesta vida é pra sempre, nem gente", então não quero perder meu tempo moldando-me, nem moldando a quem amo, se conseguimos manter o respeito mutuo, já é o suficiente pra ambos.


Estou neste domingo, dia 01 de dezembro de 2013, faço 32 aninhos, e afirmo, MARAVILHOSOS ANINHOS, só tenho que agradecer de todo meu coração e com todo meu respeito à meus PAIS, pelo que eles me ensinaram, com toda suas inexperiência de pais de primeira viagem, e peço à Deus consegui passar para um filho, se vir a ter, todos os bons princípios que aprendi com eles; Agradecer a meu irmão com aprendi a dividir e a amar; Aos meus amigos que por muitas vezes e por simples palavras me faziam levantar do chão sem nem perceberem; Aos que me levaram por diversas vezes ao chão com plena consciência disto, pois foram nestes momentos que pudi perceber o quanto era forte, e me levantava; Ao meu Marido por aparecer em minha vida no melhor momento dela, e contribuir para mantê-la assim; E por fim, mas toda pomba que lhe é possível à nosso grande Pai, Deus, por permitir que tudo isto acontecesse em minha vida e que assim eu pudesse crescer e me fortalecer, por me permitir sempre, enxergar o melhor lado das coisas, nos piores momentos e por permitir que eu visse sempre as pessoas certas nas horas erradas e as pessoas erradas na hora certa.




Meu muito OBRIGADA!!!

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3 Comentários

  1. Oi amor!

    Tuas linhas de domingo, nessa postagem mais para confissões da Emilia, ao invés de suas tagarelices, me encheram de lágrimas. E você sabe que eu também choro. Até porque, são nesses momentos que me sinto cada vez mais forte, por ser quem sou...

    Observando tuas linhas, vendo e reconhecendo a mulher que tens te tornado à cada dia, sabendo de sua acuidade e atenção consigo mesma, percebo o quanto ainda tenho que aprender em meus caminhos e descaminhos.

    Sou ainda um menino que pensa que cresceu!

    A trajetória de tua vida, é, a bem da verdade, um exemplo à ser seguido, se não por muitos, mas pelo menos por aqueles que te conhecem.

    No decorrer da ultima semana de Novembro, estava lembrando comigo de alguns amigos, colegas teus (não vamos citar nomes por razões óbvias) que depois que nos conhecemos, nos apaixonamos, e finalmente nos casamos, afastaram-se completamente alguns e parcialmente outros. Como se tudo o que estamos fazendo até hoje fosse motivo de algum "pecado".

    Depois, aquela vozinha me chama a atenção e disse-me que tudo tem seu tempo e que isso, de amizades de momentos, também passa.

    Acontece contigo e comigo não vem à ser diferente.

    Apenas as pessoas verdadeiras continuam.

    Ademais, algumas flores das sementes que plantamos no caminho, certamente florescem no seu tempo certo, e dão fruto.

    Ver você, mulher e dona de si, usar das palavras que usou acima, me deixa orgulhoso e ao mesmo tempo, pensando na responsabilidade de ser pra você o que de melhor eu puder ser. Não por você, mas por mim, para que eu possa ser feliz ao lado da mulher que consegue me envolver á cada dia...

    Para ser feliz com o outro, tenho que me sentir bem, antes de mais nada.

    Você tem conseguido fazer por mim e em minha vida coisas que a própria razão desconhece, para o ledo conhecimento humano.

    Por seus 3.2 e poucos anos, desejo-te toda a felicidade que merece.

    Beijos na alma e muita paz, sempre.

    Amo muito minha guria!

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  2. Uma das melhores coisas hoje, é saber que tenho você a meu lado pra continuar a percorrer este longo caminho que é viver. Aprendi muito nestes 32 anos, mas, ainda quero aprender mais contigo, meu Piá. TE AMO!

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  3. Nada melhor como o passar dos anos para agente entender que nada sabemos, que muito temos a aprender, e que tudo o que vivemos valeu muito á pena, pois o bom foi louros e o menos bom, sempre incríveis aprendizados...

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