Conversando com Danuza
Em nossas conversas entre amigas de trabalho uma delas, Ana Barreto, me mostrou um texto bem interessante de Danuza Leão, que a mesma deu-me a ideia de postá-lo no blog, e assim, hoje estou fazendo.
Porém antes disto, para que vocês conheçam um pouco mais quem é Danuza Leão, irei expor uma rápida biografia desta maravilhosa mulher, que por seus objetivos conseguiu chegar ao patamar que hoje se encontra.
Escritora e Socialite Brasileira
Danuza Leão (1930) é uma jornalista, escritora e socialite brasileira. Conhecida nos meios sociais do Rio e Janeiro, escreveu, entre outros, os livros “Na Sala Com Danuza” e é “Tudo Tão Simples”.
Danuza Leão nasceu em Itaguaçu, interior de Espírito Santo. Oriunda de família de classe média, aos 15 anos já conhecia personalidades ilustres: Di Cavalcanti e Vinícius de Moraes.
Danuza Leão teve uma vida amorosa bem agitada. Casou-se com Samuel Wainer, dono do jornal “Última Hora”, manteve relacionamento com Antônio Maria, cronista e compositor e, tempos depois, casou-se novamente com o jornalista Renato Machado.
A socialite passou por muitos problemas pessoais nos anos 80. Enfrentou a depressão por conta da morte de seu filho e de sua irmã, a cantora Nara Leão. Porém, os problemas foram superados com atividades que passou a desempenhar: membro de júri em programas de auditório, dona de boutique, cronista social, para citar alguns. Mas foi na carreira de escritora que teve maior êxito. Publicou os livro “Na Sala Com Danuza”, (1992), publicação que teve maior sucesso. Ganhou dois prêmios Jabuti pelos livros “Quase Tudo” (2005) e “Danuza Leão Fazendo as Malas”(2008).
O livro “É Tudo Tão Simples" (2011) é um dos mais vendidos, segundo a Revista Veja.
Mulheres x Homens: Inveja Reciproca
Há décadas as mulheres lutam para ter os mesmos direitos que os homens. Já conseguiram muito: podem entrar num restaurante sozinhas, viajar idem e até dividir as contas quando saem com o namorado. Mas em algumas coisas, vamos reconhecer, jamais seremos iguais a eles. Não neste século, talvez no próximo. Talvez. Pense, por exemplo, num homem de 45/55 anos, inteligente, charmoso, sarado, levemente grisalho, bem-sucedido no trabalho, boa-praça e simpático. Quem não gostaria de namorar um homem assim? Esse tipo de homem costuma ser o sonho de consumo das mulheres dos 30 aos 60. Agora, vamos inverter: pense numa mulher entre os 45 e os 60, inteligente, sedutora, com os cabelos começando a embranquecer, um sucesso na vida profissional, elegante, culta, viajada. Quantos homens telefonam para ela por dia tentando se aproximar? Quantos sonham em ter um romance com ela? Vamos admitir: poucos. Nenhum, talvez. É justo? Não. É assim? É. Por que será? Eu, cá com os meus botões, penso que a culpa é um pouco nossa. Esses homens tão cobiçados --estou falando dos solteiros, claro -- não costumam passar a vida procurando desesperadamente por uma mulher. Já nós -- a maioria das mulheres, eu diria -- pensamos muito nisso. Quase que só nisso. Alguém já ouviu um homem dizer "não tem mulher na praça"? Mas "não tem homem na praça" estou exausta de tanto ouvir, das gatinhas de 20 às maduras de 60. Se já podemos fazer praticamente tudo que eles fazem, por que precisamos tanto deles? Boa pergunta. Mas as coisas estão mudando; você já reparou que eles estão querendo ficar iguais a nós? Existem coisas que um machão não podia fazer e agora ficou decidido (por eles, claro) que pode. Com o surgimento do metrossexual, eles não escondem que se depilam, fazem plástica, lipo, limpeza de pele, hidratam e pintam os cabelos, usam vários cremes no rosto, e já existem muitas marcas de produtos de embelezamento dirigidas exclusivamente ao público masculino. Além disso, trocam as fraldas dos filhos, usam brincos, pulseiras e anéis, e só falta mesmo vestirem saias e usarem sapato alto (Ronaldinho Gaúcho usa até aro no cabelo). E não é por acaso que no Carnaval eles saem vestidos de mulher, usam batom, blush e não dispensam nem os sutiãs. E mais: agora resolveram entrar no sacrossanto recinto feminino, que é a cozinha. Compram utensílios importados, vão à feira e inventam receitas; para nós, mulheres, sobrou o pior: lavar as panelas. Um dia a gente chega lá. Mas a natureza nos deu o maior de todos os privilégios: o de podermos ser mães. Eles não falam disso, claro, e se Freud descobriu, cientificamente, que a mulher tem inveja do pênis, nunca mencionou a inveja deles, que não podem conceber um filho. Compreende-se: Freud, sendo homem, puxava a brasa para a sua sardinha. A vida é muito boa, mas no dia em que deixarmos de lado essa procura insana por um amor, um homem, um marido, acho que seremos muito mais felizes. E, se pintar um homem, melhor ainda.
Revista Cláudia, abril-2005
Espero que tenham gostado.
Bom Fim de Semana!
1 Comentários
Se tem coisas que eu concordo, tem igualmente algumas que discordo!
ResponderExcluirSó não tenho ainda a mente e a cabeça de uma Danusa Leão!!!
Mas, na minha humilde opinião, senti uma ponta de feminismo (um dos males embutidos) com olhares de inveja.
Mas a culpa não é dela, e sim de muitos homens que ainda não pararam para observar o universo feminino, com seus altos e baixos, com suas nuances, etc...
O texto em si é reflexivo, e certamente me fará voltar algumas vezes ao mesmo para encontrar pontos e comentá-los. Nada acontece por um simples acaso.
Fico porém feliz em ver que pessoas como você, Ana Barreto e outras já conseguem observar esses magníficos dois lados.
Parabéns por mais essa pérola!
Fico ainda mais feliz que estejas colocando em pratica o projeto de postar aos finais de semana.
Assim, estarás inspirando muitas pessoas, no mundo virtual à ter um outro caminho no mundo real.
Amo você!