Para reflexão!
Não sou mãe, e ainda não tenho sobre mim a responsabilidade de educar ninguém, mas o momento espírita de hoje me chamou bastante atenção, pois quando nós não estamos participando diretamente desse tipo de ação conseguimos ver melhor alguns pontos negativos e algumas deficiências graves. Sendo assim, peço à vocês que são pais, mães ou responsáveis pela educação de pequenos seres, leiam com atenção o texto abaixo, pois á vós será de grande valia.
Os pais
como jardineiros
Com
efeito, no planeta do principezinho havia, como em todos os outros planetas,
ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más,
de ervas más.
Mas as
sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra até que uma cisme de
despertar.
Então
ela espreguiça, e lança timidamente para o sol um inofensivo galhinho.
Se é de
roseira ou rabanete, podemos deixar que cresça à vontade. Mas quando se trata
de uma planta ruim, é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido.
* * *
Podemos
ler nas palavras do inspirado Saint-Exupéry uma síntese sobre a educação.
Como
pais somos jardineiros, e quanto mais atentos e dedicados formos, mais belo
poderá ser nosso jardim.
Nossos
rebentos trazem sementes invisíveis, plantadas em outras eras – são suas
tendências. Estão debaixo da terra. Ninguém sabe o que são e quando irão se
manifestar.
Não são
terra virgem. Somente um olhar apressado e desatento julga dessa forma.
E quando
essas primeiras tendências despontam, só o jardineiro alerta, que cuida da
planta diariamente, consegue perceber.
Há
cultivadores que só vão notar suas plantas depois de crescidas, quando os
galhos já estão fortes, quando a poda do que não é bom já é muito mais difícil.
Não só
isso. Perdem também o prazer de vê-las em todas suas fases de desenvolvimento,
com suas peculiaridades e belezas.
Porém, quem está ali, com os olhos na
terra, percebe logo, e se não for coisa boa, como roseira ou rabanete, trata
logo de podar.
Isso
significa que as tendências negativas, quando são observadas e trabalhadas
desde cedo, têm mais chances de serem modificadas. O trabalho é árduo, mas
quanto mais cedo começar, mais amplas as possibilidades de sucesso.
Por que
você está agindo assim, meu filho?
Você tem
ideia de como o outro está se sentindo com o que você fez?
Não é
melhor dividir? Você está
com raiva? Vamos conversar sobre ela?
Podar, na linguagem aqui utilizada, não significa abafar
sentimentos negativos, ou proibir as crianças e jovens de sentirem isso ou
aquilo. Não, isso só agrava a questão.
A poda
aqui é um aparar cuidadoso, um enfrentamento dos conteúdos
íntimos que se faz abertamente, inclusive, por
vezes, com auxílio de
profissionais da área, dependendo do caso.
Recriminar
ou proibir, simplesmente,
esse ou aquele sentimento ou comportamento, sem trabalhá-los, sem procurar
entender suas matrizes nas crianças, traz prejuízos enormes, como recalques e
frustrações.
O
horticultor atencioso celebra a chegada das plantas boas e trata de regá-las,
iluminá-las, dar-lhes boas condições para que cresçam com vigor.
Bons
pais reforçam os comportamentos positivos de seus filhos e não apenas corrigem
e punem o tempo todo.
Parabéns
pelo seu esforço! Você mereceu esta vitória! É mérito seu.Gostei muito desta
sua atitude! Faça isso sempre! Você agiu corretamente nesta situação. Estou
muito feliz!
É um
trabalho diário, é um cuidado minucioso com cada filho, atendendo cada planta
em sua necessidade específica, pois esta planta tem certas características e
aquela tem outras. É uma verdadeira arte.
Por
isso, como pais, não descuidemos deles. Se assumimos esta missão tão
importante, sejamos os melhores jardineiros possíveis dentro das nossas
possibilidades e limitações.
Redação do Momento Espírita, com base em texto do
livro:
O
Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, ed. Agir.
Em 28.9.2015
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