É convivendo que se aprende.

by - sábado, outubro 20, 2012


Como já sabem sou professora do Cristiano Barbosa, uma escola estadual que fica no bairro dos Lotes aqui em minha cidade, lá ensino a adolescente do 7º ano ao 3º ano do Ensino Médio, e sinceramente a cada novo dia esses meus alunos, meus "santinhos", como costumo chamá-los me surpreendem mais e mais, e isso me deixa muito feliz, pois assim posso vê a cada dia seu progresso intelectual e vejo também sua curiosidade a ser aguçada.

Certa tarde, já havia preparado minha aula daquela turma e segui pra sala com a intenção de iniciar a mesma. Cheguei, dei boa tarde berrando como sempre e fui respondida com o mesmo berro rsrs, Conversamos um pouco sobre assuntos diversos, (eles sempre me deixam a par de tudo que acontece e que na maioria das vezes eu não tô sabendo) e fomos iniciar a aula.

Pedi a eles que me ajudassem a organizar a sala em meio círculo, e que em seguida abrissem o livro em uma determinada página que iriamos estudar um assunto sobre semântica a partir de um texto lido na aula anterior. Nesse momento terminamos a organização da sala, eles começaram a buscar a página pedida e iriamos iniciar a aula, quando Alaine, uma de minhas mais sapecas e interessadas alunas, me faz a seguinte pergunta.

_ Professora Emília, estava lendo o nosso livro de aula e vi nele um texto tão bom sobre o amor, que reli mais de cinco vezes e ainda queria ler mais. Será que você pode deixar essa aula de hoje pra outro dia e pode dar aula com esse texto? Ele é muito bom, e quero muito que você leia esse texto pra gente. Pode ser?

A iniciativa de Alaine de opinar em nossa aula naquele dia, por conta de uma pesquisa e de uma vontade sua, me deixou mesmo sem outra opção a não ser de aceitar sua ideia e de assim fazê-lo. Perguntei a turma se eles concordavam coisa que responderam rapidamente que sim, eles adoram explorar minha leitura de texto, e reorganizamos nossa aula. O texto chamava-se " Amor - o interminável aprendizado", cujo o autor é "Affonso Romano" e que exponho logo abaixo para que vocês o leiam.

Amor - o interminável aprendizado Affonso Romano

Ao término dessa leitura, parabenizei Alaine por sua escolha e por seu bom gosto, pois como nossas aulas são embasadas por várias esferas de conteúdos que devemos abordar, certamente esse texto tão bom ficaria de fora de nosso estudo.

Sendo assim, quero aqui em nosso espaço agradecer a Alaine por ter mudado naquele dia meu plano de aula e ter me permitido melhorar aquela aula ainda mais, deixando-a bem mais proveitosa e bem mais dinâmica.

Xero à todos e grande abraço.   


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3 Comentários

  1. Ensinar realmente é um dom, esta habilidade somada a sensibilidade de sair da rotina e fazer o diferencial naquele exato dia.Passe o tempo que passar esta sua aula em especial jamais será esquecida, pode ter ctz disto!Belíssimo texto para ser lido várias vzs.
    Boa semana!

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  2. Situações assim, dependendo da situação e do professor, alguns podem até não aceitar uma "interferência" como esta. Mas veja que com uma atuação simples a coisa mudou para melhor toda uma aula. Dependendo de como se desperta o interesse no aluno para o assunto que ensina, fica muito, muito mais aconchegante estar dentro de uma sala de aula.
    De vez em quando dou umas folheadinhas na Revista Nova Escola (http://revistaescola.abril.com.br/) e encontro situações naquela revista, totalmente voltadas para o professorando que deve ser assim.
    Se existissem mais pessoas com o mesmo pensamento que você em ser não apenas professora ou professor, mas amigo dos alunos, certamente as nossas salas de aulas estariam lotadas.
    Meus parabéns pelo texto e pela perspicácia.

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