Como deve-se amar.
Todas as segundas, em nosso lar, temos um momento
de estudo, e fazemos uma leitura para iniciarmos tal trabalho, e em um desses
dias, me deparei com um texto muito interessante que trata sobre o amor, mas de
maneira bastante racional, digamos que fala do amor por si próprio para que
assim, esse amor chegue ao outro de maneira legitima e verdadeira para ambos.
O titulo do texto é: Amor não correspondido de Lourdes
Catherine, onde uma mulher se questiona e questiona a Deus porque seu esposo a
está traindo com outra, se ela tem com ele três filhos, lhe cuida e lhe ama
muito, lhe é sempre prestativa estando pronta a lhe servir, sendo dócil, e
atenciosa, e tal condição a está deixando triste e ultrajada, mas não o
abandona por char que lhe deve presença amiga, pois eles têm contas a acertar.
Daí vem à resposta que foi o que mais me encantou. A
tamanha sabedoria com a qual Lourdes Catherine tratou tal problemática, nos
mostrando o quanto é simples solucionar coisas que nos causam mal estar em
nosso dia a dia.
Abaixo vejamos a resposta dada:
Acredita-se que é possível contar nos dedos das
mãos as pessoas a quem se ama de forma verdadeira. Causa compaixão quem aceita
essa hipótese, pois estará confinado sentimentalmente. O amor incondicional é
sempre lúcido e abrangente. Jamais exclusivo ou limitado a apenas uma pessoa.
Quando o amor induz os seres ao isolamento já se pode ouvir o vento entoar uma
triste canção, prenunciando dias longos e noites melancólicas. Quando, numa relação
de amor, não se auxilia o outro a caminhar por si mesmo, conduzindo-o a
encontrar seu próprio curso existencial, esse amor, mesmo que pareça tranqüilo,
não está de fato estabilizado. O amor verdadeiro é direcionado para a
capacidade de guiar o outro ao crescimento pessoal; em outras palavras, para um
processo de transformação incessante rumo a um entendimento maior. Quem
delimita sua aptidão para amar assemelha-se àfumaça, que a tudo sufoca em seu
derredor. Somente depois, quando é dissipada pelo ar, é que se avalia o mal que
a asfixia causou. Há almas que vivem relacionamentos fictícios - baseados em
uma imagem que retrata o que gostaria que o outro fosse - sem perceberem que
estão dando os primeiros passos em direção à ruína afetiva. A separação inicia-se
no momento em que um dos parceiros se relaciona com a imagem criada da pessoa
idealizada, e não propriamente com a pessoa. De modo geral, essas irrealidades
são notadas depois de ter ocorrido o infortúnio amoroso. O que acontece,
todavia, quando nos dedicamos a alguém que é infiel conosco? Será que quando
amamos incondicionalmente temos que suportar incontáveis deslealdades e
permanecer impassíveis? Naturalmente, o amor não conduz à tolice ou à
ingenuidade, nem induz a uma alegria artificial e a uma credulidade excessiva.
Na dependência só se vêem qualidades, nunca se enxergam os defeitos. Isso a
humanidade classifica como “amor cego” ou “paixão”. Jamais você sentiria tão
grande solidão e abandono se não vivesse, imprudentemente, dependendo tanto dos
outros. O mundo é cheio de pesares e, na área do afeto, a traição é uma das
maiores desventuras. Não há nada pior que recordar momentos felizes em 48
tempos de dor. Quando tudo é desventura, aparece a verdade. Ela pode machucar,
mas, em qualquer tempo, será bem-vinda. Assemelha-se a um remédio amargo, porém
salutar. Vale lembrar: para que exista um relacionamento de fato, é necessário
que ambos o desejem. Apesar da desonestidade, é possível perdoar a quem traiu,
pois o amor real não coloca limites à indulgência. No entanto, você precisa
perguntar-se: o que devo fazer para harmonizar o amor por meu marido sem perder
meu auto-respeito? Por certo a vida a dois não é nenhum mar de rosas, e seria
bom levar como lembrete que, em se tratando de relacionamentos afetivos, nunca
há respostas genéricas ou semelhantes para um amor não correspondido. “Será que
posso continuar confiando nele de forma plena, depois do ocorrido? Afinal, o
que está me movendo internamente? Amor real, apatia ou fraqueza?” O amor não
contabiliza as fragilidades do outro, mas, com toda a certeza, não é abusivo.
Por princípio íntimo, não se deve viver de autopiedade. Diante dessa
circunstância, o que de melhor se poderia dizer a esse alguém é que decida: “ou
continua junto de você, sinceramente; ou longe, se quer permanecer na
infidelidade”. Os vínculos entre as pessoas podem ser estabelecidos por amor ou
por obrigação. No amor, há ternura, imensa confiança e devoção, e isso por si
só basta. Na obrigação, nascem as desavenças e recriminações, que dilaceram a
alma. Quem se obriga nas questões do amor vive em constante busca de razões
ideológicas ou de justificativas filosóficas. O que é o carma senão respostas
da vida a seus atos e atitudes. Não existe fatalidade, uma vez que Deus dá o
livre-arbítrio a todas as suas criaturas. Você é livre para escolher - não
apenas antes do nascimento corporal, mas igualmente aqui e agora - o que fará
de sua existência. Rosas amarelas significam infidelidade. A procedência dessa
lenda remonta à época do profeta Maomé. Ele desconfiou que sua esposa Aisha lhe
era infiel. Foi orientado, entretanto, por um arcanjo para que, quando ela o
recebesse com rosas vermelhas, ele ordenasse que fossem jogadas no rio. Se as
flores mudassem de cor, suas suspeitas teriam fundamento. E estas se
confirmaram: as rosas transformaram-se em amarelas. Vale esperar os terremotos
do coração se acalmarem para você refletir melhor e, logo após, abrir as
vidraças da alma e deixar o aroma do bom senso entrar. O diálogo será sempre
oportuno entre o casal, desde que não se converta em cobranças e insanas
suscetibilidades; antes se alicerce na lealdade e honestidade e concorra para
que os dois permaneçam unidos e equilibrados. Para cada pessoa sempre existe um
momento de decisão, e ela o saberá quando ele chegar. Quando você já tiver
feito tudo o que estava a seu alcance, então deverá ficar ou partir. Não se
deve esperar dos outros aquilo que unicamente você mesmo pode se dar.
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